ALFONSO DIAS BERNAL

16/09/2011 22:31

Sempre tentando ser fiel aos propósitos que me envolvem com as artes plásticas, a lembrança, hoje, de toda a trajetória de fatos dos quais participei dentro do panorama cultural deste Estado trouxe-me à tona um dos momentos mais marcantes de minha vida profissional, junto à Universidade Federal da Paraíba, quando criador e diretor da Galeria de Arte Pedro Américo, no início dos anos 70.

Esse fato ora aqui lembrado, com grata satisfação, me faz voltar a uma época de verdadeira explosão artística nesta região, da época em que se começava a sentir o interesse de uma juventude entusiasta e fiel aos seus propósitos artísticos, da qual hoje temos diversos nomes de grande relevância que representam bem a Cultura Paraibana. Entre esses nomes está o de Bruno Steinbach Silva, que, justamente nessa época, me procurara para mostrar alguns trabalhos de sua autoria, já pertencendo ao grupo de alunos matriculados no curso de pintura que era oferecido pelo então Setor de Artes da UFPb, que funcionava na Praça Rio Branco, nesta Capital. Bruno se destacara de maneira muito peculiar, pois tinha um desenho forte e definido, deixando no observador mensagens de um infinito estímulo ao eterno amor adolescente. Realizamos a sua primeira exposição individual: Um sucesso!

Depois de trinta anos de trajetória artística, em dias passados, Bruno novamente me procurou, com a mesma humildade, para repetir o mesmo gesto; trouxera várias imagens de suas obras para me mostrar e, da mesma forma, pediu-me para escrever um texto para a sua próxima exposição, uma mostra retrospectiva que acontecerá no Salão Pedro Américo, Casarão 34, em João Pessoa, Paraíba.

Fiquei encantado com o que vi!

Sempre fiel a um figurativismo contemporâneo, repleto de um expressionismo pictórico forte, marcante e muito bem cromatizado, que nos deixa perplexos ao perceber que a sua temática continua a mesma, mas trazendo à tona um amadurecimento sentimental de grande poder sensual, usando novas técnicas criadas por ele e, dessa forma, mostrando-nos também o seu requinte profissional, nos deixando extasiados com a pureza de seus trabalhos e, também, como na primeira vez que ora lembrara, brindando-nos com grandes dosagens de infinito amor.

“Ser um artista não é querer, nem sentir-se, nem sequer um dia pretender... Mas, sim, manter-se eternamente em estado de graça... Muito perto do Criador”.

                 Alfonso Dias Bernal

                    João Pessoa, Pb, setembro de 2004.